A Primeira, a segunda e terceira Tentação de Cristo

A Primeira Tentação de Cristo, lidera a lista de produções brasileiras mais assistidas da história da Netflix. A Primeira Tentação de Cristo traz Jesus regressando à casa dos pais após passar 40 dias no deserto – viagem na qual se envolveu com Orlando (Fábio Porchat). RD1

“Uma perguntinha respeitosa para vocês, que são cristãos e estão incomodados com o especial de natal do Porta dos Fundos a ponto de querer censurá-lo. Onde na Bíblia está escrito que Jesus era hétero e branco?”, opinou Fábio Pannunzio.
Cabe lembrar que, desde 2013, o Porta dos Fundos publica especiais de Natal todo dezembro.
O curioso é que “A Primeira Tentação de Cristo”, ao fim, tem uma mensagem positiva. Após dúvidas sobre o que fazer quando se descobre o filho de Deus, Jesus passa por uma provação e encontra sua real vocação. O filme lançado no início do mês é mais divertido e menos ofensivo do que o do ano passado, “Se Beber, Não Ceie”, que trazia Jesus como um mau-caráter disposto a matar e enganar em uma ceia com muito sexo e drogas. Vale ressaltar que, pelo filme do ano passado, o grupo ganhou o Emmy Internacional de Melhor Série de Comédia. Rafael Braz - A Gazeta
“A Primeira Tentação de Cristo” é a produção brasileira mais vista da história da Netflix, que já encomendou um novo especial de Natal para 2020. É perfeitamente compreensível que muitos não queiram assistir ao especial por considerá-lo ofensivo; podem, também, cancelar a assinatura e partir para uma concorrente (são muitas opções), todas manifestações válidas, mas é só. Pedir para que a Netflix retire o produto do ar é censura - pior ainda é pedir que alguém responda criminalmente por isso.

Antônio Tabet como Deus em especial de Natal do Porta dos Fundos. Crédito: Netflix/Divulgação
“A Primeira Tentação de Cristo” não ataca a fé de ninguém, mas sim os dogmas do cristianismo, a certeza de que tudo aquilo aconteceu exatamente da maneira como tem sido contado há milhares de anos. O Porta dos Fundos é provocador e o humor, quando não provoca, perde sua inteligência. Provocar, no caso, não é ofender, mas fazer o espectador refletir se tem acreditado em tudo sem nunca questionar. O que mudaria na sua fé se Jesus fosse gay? Você deixaria de acreditar? Ele deixaria de ser, pelo seu olhar, o filho de Deus? O messias, o salvador? A reposta provavelmente diz mais sobre você do que sobre o cristianismo ou o Porta dos Fundos.

Quem conhece o Porta dos Fundos sabe que o humor do grupo não poupa ninguém quando o assunto é transformar temas controversos e - infelizmente -, atuais em esquetes ácidas para tirar sarro da hipocrisia intrínseca à humanidade. Já foram alvo de zoação o racismo (vide os vídeos “Negro” e “Amiguinho”); machismo (exemplificado pelos vídeos “Mansplaining” e “Homem Não Sabe Ouvir Não”); terrorismo (presente nos vídeos “Terrorismo e “Homem Bomba”); política (vide os vídeos “Debate”, “Delação”, “Escola sem Partido”); e muitos outros. Entretanto, de todos os enunciados nenhum incomoda tanto quanto a religião, motivo certo que levou o canal a se aprofundar no tema, para desespero dos cidadãos de bem. Renato Caliman - Cinema com Rapadura
A blasfêmia é uma palavra, expressão ou afirmação que insulta ou ofende o que é considerado digno de respeito ou reverência; já a sátira é uma composição livre e irônica contra instituições, costumes e ideias da época, sendo uma linguagem e um recurso críticos do campo das artes, de tipo humorístico. Dito isso, fica evidente que, em seus pouco mais de 40 minutos de duração, o filme nada mais faz do que ridicularizar os vícios e as imperfeições do próprio ser humano, usando importantes figuras bíblicas para chamar a atenção para a dissimulação de grande parte da sociedade, em sua maioria conservadora.
A blasfêmia é uma palavra, expressão ou afirmação que insulta ou ofende o que é considerado digno de respeito ou reverência; já a sátira é uma composição livre e irônica contra instituições, costumes e ideias da época, sendo uma linguagem e um recurso críticos do campo das artes, de tipo humorístico. Dito isso, fica evidente que, em seus pouco mais de 40 minutos de duração, o filme nada mais faz do que ridicularizar os vícios e as imperfeições do próprio ser humano, usando importantes figuras bíblicas para chamar a atenção para a dissimulação de grande parte da sociedade, em sua maioria conservadora.
O “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo” é apenas um retrato da sociedade atual na qual estamos inseridos e uma indicação que deveríamos nos preocupar muito mais com a fome na África, o desmatamento da Amazônia, a LGBTfobia e as mortes nas favelas do que se Jesus foi gay ou se vai ter bolo de nozes com ameixa no Natal.
Tentacize-se: AMERICAN JESUS, EU SOU O MEU DEUS., “ELI, ELI, LAMÁ SABACTÂNI", CÓDIGO DA VINCI, A SANTISSÍMA INQUISIÇÃO CRUZADA, BBB POR ANTONIO BARRETO, VIA LÁCTEA PELO NAVEGADOR, CASAS DE MEDIAÇÃO, SANTO DO DIA, JESUIS GAY
Tentacize-se: AMERICAN JESUS, EU SOU O MEU DEUS., “ELI, ELI, LAMÁ SABACTÂNI", CÓDIGO DA VINCI, A SANTISSÍMA INQUISIÇÃO CRUZADA, BBB POR ANTONIO BARRETO, VIA LÁCTEA PELO NAVEGADOR, CASAS DE MEDIAÇÃO, SANTO DO DIA, JESUIS GAY
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